i
...mas diz que tem ainda um laguinho, atravessando pro lado de lá da pinguelinha, e ali se espalha um taboal formoso, donde corre água tão limpinha, que é boa até de beber com as mão em concha, agachado de cócoras com a bunda na lama...
ii
me perturba o dia
me angustia a noite
me sinto preso na toca
me apavora o som da rua
iii
barulhos noturnos
infinitos metidos
debaixo do escuro
iv
brilho turvo borra
a espessa neblina
é o sol
de novo
a estrela intrometida
que força o romper do dia
v
["cá estamos pisando nessa terra" / nossa terra girando em torno dessa estrela / nossa estrela dançando com outras tantas uma ciranda / nossa ciranda uma só luz...]
vi
nossa luz há de viajar
por muito tempo depois de se apagar
e só vai parar quando encontrar
com outro olhar que a vê brilhar
como vago lume no céu a piscar
a trilhões de tempos e distâncias desse lugar
sábado, 26 de setembro de 2015
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Gustav Klimt |
eu não amo você
eu amo a ideia de você
a ideia é minha
o amor é meu
(e eu lá sei que porra é o amor?)
quando ela me procurou
achou meus olhos vazios
como o quarto que deixou
querendo estar enganada
quando eu me encontrei
não vi nada ao redor
era enfim um ser livre
e o mundo sem mim
podia daí
voltar a sonhar com o amor
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
disparates III
1.
foi
não é...
vai ser?
já era!
2.
saudadedopassado-medodofuturo-ausêncianopresente
3.
alguns
segundos
a mais-ou-menos
o tempo já não era mais o mesmo
4.
arrependimentodopassado-esperançanofuturo-
-desimportânciadopresente
5.
sente o presente com que o tempo te presenteia
teia
de ilusão do real
6.
quero sair sozinho
quero companhia
pra minha noite
só o violão
já basta?
foi
não é...
vai ser?
já era!
2.
saudadedopassado-medodofuturo-ausêncianopresente
3.
alguns
segundos
a mais-ou-menos
o tempo já não era mais o mesmo
4.
arrependimentodopassado-esperançanofuturo-
-desimportânciadopresente
5.
sente o presente com que o tempo te presenteia
teia
de ilusão do real
6.
quero sair sozinho
quero companhia
pra minha noite
só o violão
já basta?
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
poeminha para o anos novo que passou
respirava só com ajuda de aparelhos
computadores e cigarros mantinham acesa a brasa
que um dia ensaiou pra ser chama
me chama?
pra sair, pra transar, ir ao cinema, falar mal da vida dos outros
qualquer coisa
que force algum sentido
pra além do meu próprio silêncio
me chama vai...
pelo nome, pelo pinto, de bonito, filho da puta
mas deixa eu pensar que sou lembrado
e considerado
ainda que como escória
alma vil que ainda vale um recado da memória
computadores e cigarros mantinham acesa a brasa
que um dia ensaiou pra ser chama
me chama?
pra sair, pra transar, ir ao cinema, falar mal da vida dos outros
qualquer coisa
que force algum sentido
pra além do meu próprio silêncio
me chama vai...
pelo nome, pelo pinto, de bonito, filho da puta
mas deixa eu pensar que sou lembrado
e considerado
ainda que como escória
alma vil que ainda vale um recado da memória
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