Bichos da terra
me comam
sózinho, sou vossa caça e banquete
Bichos dos ares
me envenenem
antes de tudo, era eu vosso vinho
Bichos das águas
me afoguem
sob as naves intrusas de seu meio
Bichos do fogo
me consumam
pois no princípio, não eram vós meus brinquedos
e sim eu vossa criança
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
encosto
Quem é essa farsa por detrás da caneta entediada?
Quem tinge de breus as lacunas entre as alegrias?
Quem aguça o espirito que empobrece as vontades?
Quem move seu impeto através das moribundezas da alma?
Quem desperta dos sonhos todas as manhãs,
pra forte desejar que o dia logo se acabe?
Quem tinge de breus as lacunas entre as alegrias?
Quem aguça o espirito que empobrece as vontades?
Quem move seu impeto através das moribundezas da alma?
Quem desperta dos sonhos todas as manhãs,
pra forte desejar que o dia logo se acabe?
sábado, 19 de janeiro de 2013
autorretrato
sou um espécie parasitária
me alimento das experiências dos outros
sem nunca ter tido coragem de me levantar para viver as minhas próprias,
segui carregado pelos braços da preguiça
minha mãe eterna, a quem nunca devolvi favores
mas sinto pena do meu estado contemplativo
quisera um dia escrever o mundo
criar e artificar a existência
- libertar o proletariado! -
mas se de fato prosperasse nisso
já teria sugado muito sangue
como me arrogo no direito de me chorar coitado
condeno-me à letargia ostracizante
me escondo num sub-mundo
ausente,
caminho.
me alimento das experiências dos outros
sem nunca ter tido coragem de me levantar para viver as minhas próprias,
segui carregado pelos braços da preguiça
minha mãe eterna, a quem nunca devolvi favores
mas sinto pena do meu estado contemplativo
quisera um dia escrever o mundo
criar e artificar a existência
- libertar o proletariado! -
mas se de fato prosperasse nisso
já teria sugado muito sangue
como me arrogo no direito de me chorar coitado
condeno-me à letargia ostracizante
me escondo num sub-mundo
ausente,
caminho.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
ode ao amor sincero
queria inaugurar contigo um novo território
seja êste, por ora sem nome
um breve espaço de liberdade de sentido
algo que não precisa de explicação
razão
porque
onde por um instante
eu cante sem pensar
meus pesadelos mais profundos
minhas maldades mais humanas
meus fascismos mais destrutivos
um aqui onde possa escancarar
pra ti um eu que não sou
ou pelo menos não quero ser
mas sou
e quero
seja êste, por ora sem nome
um breve espaço de liberdade de sentido
algo que não precisa de explicação
razão
porque
onde por um instante
eu cante sem pensar
meus pesadelos mais profundos
minhas maldades mais humanas
meus fascismos mais destrutivos
um aqui onde possa escancarar
pra ti um eu que não sou
ou pelo menos não quero ser
mas sou
e quero
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Ser tempo de colheita, dizem
- Cada um colhe aquilo que plantou -
ihhh fudeu, fudeu! Não plantei nada que prestrasse em toda minha vida. Deixei que o mato tomasse conta do meu jardim. Chovia, eu não secava. O sol torrava as folhas, eu não lembrava de molha-las quando anoitecia. Os meses passaram e as sementes que eu guardara apodreceram dentro dos potes de vidro.
Plantei indiferença.
Vou colher solidão.
- Cada um colhe aquilo que plantou -
ihhh fudeu, fudeu! Não plantei nada que prestrasse em toda minha vida. Deixei que o mato tomasse conta do meu jardim. Chovia, eu não secava. O sol torrava as folhas, eu não lembrava de molha-las quando anoitecia. Os meses passaram e as sementes que eu guardara apodreceram dentro dos potes de vidro.
Plantei indiferença.
Vou colher solidão.
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